Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP

Mais votos e mais deputados<br> para prosseguir a luta

Image 15916

Ini­ci­amos aqui, com este gran­dioso co­mício, a cam­panha elei­toral para o Par­la­mento Eu­ropeu. Esta não é uma ba­talha se­cun­dária, uma ba­talha que pos­samos su­bes­timar, muito menos num mo­mento tão grave e pre­o­cu­pante como aquele que o nosso País atra­vessa.
Esta é uma ba­talha de grande im­por­tância para o pros­se­gui­mento da luta do nosso povo pelo di­reito a de­cidir do seu fu­turo e pela sal­va­guarda e ga­rantia dos seus in­te­resses. Esta ba­talha elei­toral que temos entre mãos é a con­ti­nu­ação, por ou­tros meios – com o voto de cada um –, da luta que os tra­ba­lha­dores, o nosso povo, nós pró­prios, temos vindo a travar. E vamos pros­segui-la, para der­rotar um Go­verno e uma po­lí­tica muito con­creta que PS, PSD e CDS con­cer­taram entre si, afun­dando a vida de mi­lhares e mi­lhares de por­tu­gueses, hi­po­te­cando o seu fu­turo.
Uma ba­talha que pode e deve ser mais um im­por­tante con­tri­buto que se soma às grandes lutas de massas, na cons­trução e afir­mação da al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda de que o País pre­cisa. Uma ba­talha que, para ser con­cre­ti­zada com êxito, pre­cisa de alargar a vo­tação na CDU. Pre­ci­samos de mais votos na CDU e pre­ci­samos de eleger mais de­pu­tados. É esse o de­safio que temos pela frente nos pró­ximos dias, e até 25 de Maio, dia das elei­ções: fazer crescer a CDU e, com ela, re­forçar a luta pela ver­da­deira al­ter­na­tiva e vencer a ba­talha por uma real mu­dança na si­tu­ação do País.
Uma ver­da­deira mu­dança que só será efec­ti­va­mente con­cre­ti­zada re­for­çando a única força que tem um pro­jecto dis­tinto dos que nestes úl­timos 37 anos go­ver­naram o País. A única força que dá ga­ran­tias de con­duzir con­se­quen­te­mente e levar até ao fim a ba­talha pela der­rota da po­lí­tica de di­reita e das forças que em Por­tugal e na Eu­ropa a pro­ta­go­nizam. A única força que luta pela con­cre­ti­zação de uma nova po­lí­tica para servir o povo e o País, e não a es­pe­cu­lação, os agi­otas e os grandes ban­queiros.
Os de­sa­fios que temos pela frente não são apenas dos can­di­datos. Não são apenas dos ac­ti­vistas da CDU, mas de todos aqueles – de­mo­cratas, pa­tri­otas – que não aceitam nem se con­formam com a ideia de que este Go­verno e as po­lí­ticas das troikas na­ci­onal e es­tran­geira con­ti­nuem a afundar o País e a des­truir a vida dos por­tu­gueses.

De ca­beça er­guida

Todos nesta ba­talha somos can­di­datos! Todos nesta ba­talha são ne­ces­sá­rios! Pre­ci­samos de ga­nhar muitos por­tu­gueses para que ne­nhum voto se perca! Trazer os de­si­lu­didos com uma po­lí­tica de logro e en­gano sis­te­má­tico, anos e anos de go­vernos de po­lí­tica de di­reita e do de­sas­troso pro­cesso de en­feu­da­mento do País ao FMI, ao BCE, à União Eu­ro­peia do di­rec­tório das grandes po­tên­cias e dos mo­no­pó­lios.
O ba­lanço que fa­zemos da pré-cam­panha elei­toral que agora ter­mina diz-nos que po­demos e de­vemos con­fiar nesta grande e com­ba­tiva força que é a CDU. Con­cluímos este pe­ríodo com o sen­tido do dever cum­prido, uma con­vicção ba­seada no tra­balho ímpar que de­sen­vol­vemos, na ex­pe­ri­ência e na in­ter­venção qua­li­fi­cada, uma acção de­ter­mi­nada pela de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.
Re­a­li­zámos mi­lhares de con­tactos por todo o País, efec­tuámos reu­niões, en­con­tros, vi­sitas, ar­ru­adas, co­mí­cios, uma ac­ti­vi­dade sem pa­ra­lelo entre as forças po­lí­ticas que con­correm a estas elei­ções para eleger de­pu­tados ao Par­la­mento Eu­ropeu. Ne­nhuma outra força po­deria ter ido para o ter­reno como nós fomos, como foi a CDU, de ca­beça er­guida, pres­tando contas do tra­balho re­a­li­zado, afir­mando com total fran­queza e trans­pa­rência as pro­postas apre­sen­tadas e as po­si­ções as­su­midas. Mi­lhares de con­tactos que nos per­mitem en­frentar esta cam­panha elei­toral se­guros das nossas po­ten­ci­a­li­dades, se­guros da força das con­vic­ções e da li­gação do pro­jecto dis­tinto que apre­sen­tamos à re­a­li­dade vi­vida pelo nosso povo e pelo nosso País.
CDU que en­contra a sua razão de ser das suas pro­postas na sua li­gação aos in­te­resses e as­pi­ra­ções de todos quantos são hoje ví­timas de uma po­lí­tica de ex­plo­ração e de des­truição. A única grande força que apre­sentou pro­postas para a so­lução dos pro­blemas do País. Pro­postas que cor­res­pondem aos in­te­resses de quem tra­balha ou vive dos ren­di­mentos do seu tra­balho, como servem os in­te­resses e as­pi­ra­ções de ou­tros sec­tores igual­mente mas­sa­crados pelas po­lí­ticas das troikas na­ci­o­nais e es­tran­geira, pela po­lí­tica de di­reita e pela de­pen­dência e sub­ser­vi­ência face ao grande ca­pital e às grandes po­tên­cias da União Eu­ro­peia.

Res­postas ne­ces­sá­rias

No pro­grama da CDU en­con­trarão res­posta às suas in­qui­e­ta­ções e uma so­lução para os seus pro­blemas os pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, o co­mércio tra­di­ci­onal, os pe­quenos e mé­dios agri­cul­tores e a agri­cul­tura fa­mi­liar, os ho­mens e as mu­lheres da cul­tura e das ci­ên­cias, os jo­vens tra­ba­lha­dores e os es­tu­dantes.
No pro­grama da CDU en­con­tram o com­pro­misso de uma força que tudo fará no Par­la­mento Eu­ropeu para propor e de­fender po­lí­ticas de au­mento e pro­tecção da pro­dução na­ci­onal, de­fen­dendo preços justos à pro­dução, a cri­ação de em­prego com di­reitos, o com­bate efec­tivo ao de­sem­prego, a de­fesa da so­be­rania na­ci­onal como ga­rante da pre­va­lência dos in­te­resses na­ci­o­nais e si­mul­ta­ne­a­mente a so­li­da­ri­e­dade entre países e povos ví­timas das po­lí­ticas da UE.
Pro­postas que têm sus­ten­tação na co­e­rente po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda que de­fen­demos para o País: uma po­lí­tica que, par­tindo da ne­ces­si­dade e ur­gência de ga­rantir a re­ne­go­ci­ação da dí­vida, as­sume nas suas op­ções fun­da­men­tais a de­fesa e de­sen­vol­vi­mento dos sec­tores pro­du­tivos na­ci­o­nais, a re­cu­pe­ração para o Es­tado do sector fi­nan­ceiro e de ou­tras em­presas e sec­tores es­tra­té­gicos para re­lançar o de­sen­vol­vi­mento do País; uma po­lí­tica de va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores, da justa dis­tri­buição do Ren­di­mento Na­ci­onal e da re­cu­pe­ração de sa­lá­rios e ren­di­mentos rou­bados; uma opção por uma po­lí­tica or­ça­mental de com­bate ao des­pe­sismo e à des­pesa sump­tuária, ba­seada numa com­po­nente fiscal de au­mento da tri­bu­tação dos di­vi­dendos e lu­cros do grande ca­pital e de alívio dos tra­ba­lha­dores, dos re­for­mados, pen­si­o­nistas e das micro, pe­quenas e mé­dias em­presas; uma po­lí­tica de de­fesa e re­cu­pe­ração dos ser­viços pú­blicos, em par­ti­cular no que con­cerne às fun­ções so­ciais do Es­tado. (...)

In­te­li­gên­cias, con­sensos e se­me­lhanças

A sua [de PS, PSD e CDS] con­cor­dância em ma­té­rias de fundo, há muito ve­ri­fi­cada e con­fir­mada nesta pré-cam­panha, está bem pa­tente na comum vas­sa­lagem que prestam em re­lação ao Tra­tado Or­ça­mental que co­arta a nossa so­be­rania e impõe o pa­ga­mento da dí­vida e da re­dução do dé­fice ao ritmo de «mata-ca­valos». Por isso os vemos falar do Tra­tado Or­ça­mental como coisa sua.
Ins­tru­mento a pre­servar e a aplicar, para o PSD/​CDS – sem dis­farce – e para o outro, o PS, apre­sen­tando a fan­ta­siosa óp­tica da «lei­tura in­te­li­gente» ou da «apli­cação in­te­li­gente» (sic). A in­te­li­gência é, aliás, a pa­lavra-chave com que pas­saram a dis­farçar as suas se­me­lhanças.
Uns, a Ali­ança do Go­verno, para jus­ti­ficar a po­lí­tica da di­ta­dura do dé­fice a todo o custo e por cima de toda a folha, diz que a con­so­li­dação or­ça­mental é um ob­jec­tivo es­sen­cial. O PS também acha, mas afirma que a con­so­li­dação tem que ser «in­te­li­gente». Rangel diz que é pre­ciso re­a­lismo nas po­lí­ticas, Assis fala de «prag­ma­tismo in­te­li­gente». Nem mais nem menos. Eles pensam, no es­sen­cial, da mesma ma­neira, apenas jogam com as pa­la­vras. É um falso con­fronto!
É por isso que uns, a Ali­ança do Go­verno, falam da ne­ces­si­dade do «con­senso» dos par­tidos da troika, as­sente num acordo de re­gime para de­pois das elei­ções. O can­di­dato do PS, Fran­cisco Assis, fa­zendo jus à sua in­cli­nação di­rei­tista, diz que sim, que é pre­ciso o con­senso, mas com a di­reita crí­tica, onde cabem todos os que têm afun­dado o País e que Rangel quer dentro do con­senso.
O PS lá vai ten­tando passar entre os pingos da chuva das suas res­pon­sa­bi­li­dades no es­tado a que chegou o País e na des­truição da vida da mai­oria dos por­tu­gueses. Mas por mais que seja essa a sua von­tade, não se livra de lhe serem apon­tadas as marcas da sua po­lí­tica. É que não houve de­cisão ou ori­en­tação es­tru­tural de­ci­dida pelo Par­la­mento Eu­ropeu, tal como cá, que não tenha a marca do PS, com a sua com­pa­nhia de sempre na po­lí­tica de di­reita – PSD e CDS. (…)

Os cortes e os sub­tí­tulos são da res­pon­sa­bi­li­dade da re­dacção

 



Mais artigos de: Eleições PE

Confiança num projecto de<br> progresso e soberania

Con­fi­ança: não há me­lhor pa­lavra para des­crever o am­bi­ente que se viveu no grande co­mício da CDU que, na tarde de sá­bado, en­cheu por com­pleto o Co­liseu dos Re­creios, em Lisboa. Con­fi­ança num bom re­sul­tado nas elei­ções de 25 de Maio, é certo, mas so­bre­tudo no pro­jecto de pro­gresso e so­be­rania que a Co­li­gação propõe e cor­po­riza.

Com a CDU com toda a confiança

A campanha da CDU está na rua a abrir o caminho que – também a 25 de Maio, dia das eleições para o Parlamento Europeu – permitirá chegar à alternativa patriótica e de esquerda de que o País precisa....

Romper com o desastre<br>afirmar a alternativa

Aqui estamos nesta grandiosa iniciativa. Perante mais uma entusiasmante afirmação de confiança. Confiança no nosso trabalho. Confiança no valor das nossas propostas, na coerência ímpar de uma força inteiramente vinculada com a defesa dos...

Defender a produção nacional

João Fer­reira, o pri­meiro can­di­dato da CDU às elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu (PE), des­tacou esta se­gunda-feira, em Coimbra, o apoio da troika na­ci­onal à nova re­forma da PAC, que lesa os in­te­resses dos agri­cul­tores por­tu­gueses.

Recuperar direitos <br>e rendimentos

Na pas­sagem pelo dis­trito de San­tarém, no dia 9, João Fer­reira in­sistiu na ne­ces­si­dade de pre­parar a saída de Por­tugal do euro como forma de re­cu­perar ren­di­mentos e di­reitos rou­bados.

<i>Marcha da Fome</i> em Sacavém

Acom­pa­nhada por Ber­nar­dino So­ares, pre­si­dente da Câ­mara de Loures, Inês Zuber, se­gunda can­di­data da CDU às elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu, par­ti­cipou quinta-feira na Marcha da Fome, em Sa­cavém, uma re­cri­ação das lutas tra­vadas a 8 e 9 de Maio contra os ra­ci­o­na­mentos e o envio de gé­neros ali­men­tí­cios para Ale­manha nazi, nas quais o PCP teve um papel de­ci­sivo.

Travar o declínio económico

Só na re­gião de Se­túbal, 185 micro, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios (MPME) já ma­ni­fes­taram o seu apoio à lista da CDU para o Par­la­mento Eu­ropeu (PE).

A mentira «limpa»

A CDU pro­move no sá­bado, 17, uma jor­nada na­ci­onal de es­cla­re­ci­mento sobre as men­tiras e mis­ti­fi­ca­ções em torno da ale­gada «saída limpa» do pacto de agressão.

Troika a 25 de Maio <br>é inaceitável

João Ferreira, primeiro candidato da CDU às eleições para o Parlamento Europeu (PE), endereçou na sexta-feira, dia 9, um protesto ao presidente da Comissão Europeia (CE), sobre a realização, em Sintra, da conferência intitulada «Política...

CDU no Algarve

Anteontem, João Ferreira, primeiro candidato da lista da CDU às eleições para o Parlamento Europeu (PE), e Paulo Sá, também candidato, participaram em diversas iniciativas no Algarve. Acompanhados por Vasco Cardoso, da Comissão Política do CC do PCP, e Manuela...

Debate sobre a Escola Pública

No âmbito das VI Jornadas Autárquicas da CDU de Torres Novas, decorreu no dia 6, no bar do Estúdio Alfa, mais uma sessão das «Conversas de Abril», desta vez sobre a Escola Pública, que foi moderada por Cristina Tomé, dirigente sindical e da Comissão Concelhia...

Apoiamos a candidatura da CDU

Adolfo Freitas -  Dirigente do Sindicato da Hotelaria e Similares da RA da Madeira Alain Vachier - Produtor de espectáculos Ana Biscaia - Designer, ilustradora – prémio nacional de ilustração em 2013...